A incorporação do fundo de pensões descapitalizado da PT na segurança social é uma manobra de engenharia financeira de contornos nebulosos. Para perceber a questão, vejamos o que o Eugénio Rosa escreveu sobre isso no post que se segue:
“A PT, para distribuir todos anos elevados dividendos aos seus accionistas, não tem provisionado o Fundo de Pensões dos trabalhadores nas importância necessárias. No fim de 2009, as responsabilidades do Fundo de Pensões eram superiores a 2.265 milhões € (actualmente já devem rondar os 2.400 milhões €), e o valor dos activos do Fundo, que servem para pagar as pensões, era apenas de 1617 milhões €, ou seja, estavam em falta 648 milhões €. O valor do fundo nem dava para pagar as pensões dos trabalhadores já reformados, e muito menos para pagar as pensões correspondentes ao tempo de serviço prestado pelos trabalhadores no activo.
Mesmo aquele valor do Fundo em 1617 milhões € era pouco seguro pois mais de 40% estava investido em acções, portanto um activo de elevado risco, e ainda maior numa altura de grande instabilidade nos mercados financeiros.
Apesar desta situação ser conhecida pela entidade reguladora, que é o Instituto de Seguros de Portugal, ela nunca fez nada para obrigar a PT a corrigir rapidamente a situação, o que prova que também neste sector a entidade reguladora está refém dos grandes grupos económicos.
E agora aparece o governo de Sócrates com a estranha decisão de pretender integrar o Fundo de Pensões da PT na Segurança Social, numa das suas habituais manobras de engenharia financeira para, assim, reduzir artificialmente a divida Pública (recebe agora, e paga pensões no futuro quando já Sócrates não estiver no governo, embora não se saiba o certo o que se pagará).
É certamente um bom negócio para a PT que assim se livrará das pesadas responsabilidades actuais e futuras do seu Fundo de Pensões, que são muito grandes, transferindo-as para o Estado, ou melhor, para a Segurança Social, mas é um negócio que poderá por em perigo a sustentabilidade financeira da própria Segurança Social, e as reformas de milhões de trabalhadores portugueses.”
ADENDA: Segundo o director do Jornal de Negócios, Pedro Santos Guerreiro, “a PT não paga um céntimo pelo fabuloso lucro da Vivo, mas paga 750 milhões de euros para tapar o seu fundo de pensões e tranferi-lo para o Estado”. Vamos ver.
Muito bom post, Nuno.
Obrigado.
Abraço.
Esta gente não tem vergonha na cara! O colapso quase total da nossa economia (e das economias Grega, Irlandesa, Espanhola e Grega) está iminente mas o desgoverno de Socrates finge que tudo está bem e ainda por cima comete injustiças destas. 🙁
Mas estes gajos estão doidos ???????????? Só podem mesmos.
-Mas não é mesmo para isto que servem os serviçais do capital.
Deixo o link para este notável artigo do Eugénio Rosa:
http://resistir.info/e_rosa/pacote_fiscal_30set10.html
António Sousa, homem da rádio, beatnik incurável? Please do tell.
Mais pilim para o Salgado!, para os Bavas, os Berardos, os Ongoing,!
Tudo à custa deste povo explorado e domesticado.
Fiz link, Nuno.
Abraço.