Boaventura Sousa Santos, artilheiro da escola que levou meio mundo académico a fundir as palavras “proletariado” e “burguesia” na não-palavra “cidadão” e a trocar a ideia da “luta de classes” pelo abstracção do “exercÃcio da cidadania”, escreveu um artigo intitulado: “Cidadãos europeus, Uni-vos!”.
Se pelo tÃtulo já é perceptÃvel uma mudança parcial de discurso, no corpo do texto percebemos que a realidade é o melhor catalisador da radicalidade, tão necessária no actual contexto polÃtico. É certo que ainda acha que o caminho “não é o socialismo”, mas a compreensão de que “a crise atinge todos porque todos são trabalhadores”, e que “a luta de classes está a voltar, sob nova forma, mas com a violência de há cem anos: agora é o capital financeiro a declarar guerra ao trabalho”, é meio caminho andado para vir a concluir que a UE não tem condições “para o capital produtivo se desvincular do capital financeiro”. Nesse sentido, e como o que sobra ao futuro “é o fascismo”, este “terá que ser combatido por todos os meios”.
Ou isto é obra do Tiago Ribeiro e do José Borges Reis (e devo concluir que estão rendidos a uma espécie de Pablismo do século XXI) ou a realidade está mesmo a ficar mais clássica e menos pós-moderna do que o CES a pinta(va)?
pedido de esclarecimento: quem são Tiago Ribeiro e José Borges Reis?
Dois novos escribas do 5dias. O segundo ainda não se estreou mas o primeiro já tem algumas coisas escritas. Pode clicar no nome do autor na barra lateral ou simplesmente esperar que venham a terreiro. Também deve ajudar se me ajudar a dar umas traulitadas na cidadania. 😉
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