Diz o nosso ministro dialéctico, que as medidas de “austeridade” vieram para durar “enquanto forem necessárias”. A este tipo tão abnegado, o movimento social deveria responder com abnegação. Depois da moção de censura, importante e acertada, que venha então a Greve-Geral. É que está para vir o primeiro governo a ser derrubado pelo verbo. O que é preciso, portanto, são braços, aulas de grego e esta (precisamente esta) música dos anos 80′.
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As opiniões são livres e da sua liberdade não só não vem nenhum mal ao mundo como vem muito bem.
Eu não tenho ou não quero exprimir ainda opinião sobre a proposta de um Greve Geral (próxima, sublinho) que alguns lançam mas a esses não lhes fazia nenhum mal um pouco mais de espirito crÃtico sobre o que escrevem e a consciência de que o que estão escrevendo é apenas (o que não chega) da esfera ou da aspiração, ou do desejo, ou do império da vontade e soba forma de desabafo ou palpite.
Não ficava mal a ninguém reconhecer ou intuir que uma decisão sobre uma greve geral exige uma densa e não-amadorÃstica reflexão e ponderação de circunstâncias e factores (muitas vezes, com o passar do tempo, de crescente complexidade) e que opinião todos podemos ter mas, por mais que não se goste de «vanguardas», alguns tem melhor informação e presença no terreno para avaliarem melhor e correrem menos riscos de errar.
VÃtor Dias, há duas evidências que regista que não têm qualquer debate. Primeiro: é à s centrais sindicais que compete avaliar o pulso ao movimento e decidir sobre a convocatória de uma Greve Geral. Segundo: é aos cidadãos que compete opinar sobre a sua ausência ou concretização.
Passando ao debate devo dizer que deve colocar-se contra ou a favor da proposta sem o eterno estigma das teses sobre a vanguarda. Ou a greve geral é justa ou é injusta. Ou é acertada ou errada. O que faz variar essa avaliação é a situação polÃtica objectiva e (menos) alguns factores subjectivos.
Assim sendo, e repetindo a justeza da moção de censura apresentada pelo PCP, porque é que a sua argumentação não se plasma no lugar onde a luta muda qualquer coisa? Porque é que é justo tentar derrubar o governo por via parlamentar (ainda há quem acredite nisso?) e não é justo fazê-lo nas ruas (onde tudo pode acontecer)?
Quer ou não o PCP derrubar este governo? O que é preciso acontecer para que a greve-geral lhe pareça inequivocamente justa?
Caro Renato Teixeira:
Tudo indica que não me fiz entender e também não creio que o consiga agora.
Só lhe quero dizer duas coisas:
– uma é que é uma visão de um extraordinário formalismo constitucional dizer que quem apresenta um moção de censura está a tentar «derrubar o governo por via parlamentar». Se as iniciativas parlamentares fossem sempre avaliadas pelo seu provável resultado ou finalidade inscrita na letra da Constituição, 90 % delas nem nunca veriam a luz do dia.
– a outra é que o Renato reconhece que «é à s centrais sindicais que compete avaliar o pulso ao movimento e decidir sobre a convocatória de uma Greve Geral» e que o que faz variar a avaliação sobre a justeza ou não e o acerto ou não « é a situação polÃtica objectiva e (menos) alguns factores subjectivos»; ora, pelo menos por enquanto, parece que a avaliação do «pulso» por parte da CGTP ainda não chegou à certeza que o Renato parece ter sobre a justeza e acerto da imediata convocação de uma greve geral.
Até pode nem ser o caso, mas não devia causar nenhum escândalo que eu (que até tenho alguma experiência responsável sobre reflexão em torno de greves gerais) viesse aqui declarar «sim, confesso que não tenho nem informação nem discussão suficiente para ter opinião clara e inequivoca nesta matéria».
Quanto ao resto, temo que aquela sua menor importância que atribui a «alguns factores subjectivos» já falem como um livro aberto. Eu posso bem ter a fama do contrário, mas olhe que, nos tempos que agora correm e que têm as suas diferenças, quando vejo a «situação polÃtica objectiva» andar a par de um certo menosprezo relativo pelos «factores subjectivos», cheira-me muito a voluntarismo (no sentido que a minha geração lhe dava porque descobri há tempos que há gente de gerações mais novas lhe dá outro significado).
VÃtor Dias, repito, para que não volte a esquecer: Quer ou não o PCP derrubar este governo? O que é preciso acontecer para que a greve-geral lhe pareça inequivocamente justa?
Quanto aos factores subjectivos, diga-me, da sua experiência (sem ponta de ironia), o que teme que possa levar uma hipotética greve geral ao fracasso?
Ficamos por aqui porque, está mais que visto, que não falamos no espaço público da mesma maneira.
Eu, como não tenho a mania das transparências e porque me sinto mais que um opinion maker não me dá sempre para escrever publicamente tudo o que possa pensar.
Além de que, por exemplo, eu jamais escreverei ou ajudarei à mobilização para uma greve geral na base da ideia de que ela vai necessariamente «derrubar o governo».
Em polÃtica, também é preciso pensar no dia seguinte.
Não falamos seguramente da mesma maneira, mas podemos debater o mesmo assunto.
Que razões encontra para a convocação de uma Greve Geral? E para uma moção de censura? Se com elas o seu partido não pretende derrubar o Governo o que pretende então?
Não devia ficar por aqui. Não encontrarei outro terapeuta à altura do meu “esquerdismo”.
Caro Renato:
Tenha paciência com este idoso a quem, de facto, peço desculpa, não lhe apraz ter de regressar a explicações que já teve que oferecer a reais «esquerdistas» já lá vão 35 ou 36 anos.
Eu encontro razões para tudo – moção de censura, greve geral, quase o que quiser, que nos livre desta desgraçada polÃtica e deste rumo para o abismo e o retrocesso social.
Mas uma coisa são as razões e outra é a proclamação pública de objectivos ou eixos de mobilização que podem significar, em determinadas circunstâncias, estar a mentir às pessoas, a iludi-las e, depois, et pour cause, desanimá-las.
Manifestamente, o Renato lida mal com as dificuldades e a complexidade que enfrenta a batalha por um novo governo e uma nova polÃtica. E deve julgar que as resolve com o radicalismo do verbo e a promessa do imediatismo dos resultados.
Decididamente, está provado que para as jovens gerações de esquerda a palavra e o conceito de «voluntarismo» não querem dizer o mesmo em que eu aprendi ou fui politicamente formado.
VÃtor,
o Renato não tem de facto razão quando para sublinhar a importância decisiva dos factores objectivos (efectivamente, o fiel da balança na intervenção polÃtica) acaba por quase menosprezar o papel do elemento subjectivo na resolução de uma dada contradição social. Mas, pese embora todos os erros que lhe possamos apontar, o Renato é um interlocutor válido a ter em conta para a luta social. É bom que percam tempo um com o outro. O Renato é coerente e está do lado certo do combate.
Não é como alguns outros voluntaristas de Miami que passam a vida a criticar a timidez da vanguarda, e logo que há uma decisão ousada e destemida, uma decisão de andar para a frente, começam desde o primeiro segundo a vociferar contra a vertigem de seguir para a dianteira e de cair no isolamento.
Um abraço ao VÃtor e ao Renato.
Continuemos então a abusar do seu tempo e paciência, mas não sem antes começar por lhe fazer dois elogios.
Em primeiro sublinhar que são poucos os “idosos”, muitos deles com menos idade e paradoxalmente menos paciência (a coisa devia funcionar como a lei da oferta e da procura), que se embrulham num debate difÃcil com a sua frontalidade. Em segundo lugar sugerir que siga o conselho do Aniceto Azevedo que, à parte do elogio que me faz e sublinho, toca num ponto chave: não é um exclusivo meu a impaciência revolucionária e o que é determinante da acção polÃtica são os factores objectivos.
Mas voltemos ao debate:
A sua tese é frontal, e arrisco-me a dizer bastante simples. A minha também. Deixemos as coisas complicadas e difÃceis de explicar para a social-democracia. Alega: o risco é a ilusão, a mentira, a irresponsabilidade vanguardista, e por consequência, a desmobilização. Eu alego que o risco é a ilusão, o eterno adiar do amanhã que tarda, a irresponsabilidade reformista, e por consequência, a desmobilização.
Isto quer dizer que no marco das minhas contradições pequeno-burguesas quero a revolução para amanhã? Quer. Mas isso não quer dizer que não seja capaz de distinguir os meus desejos da realidade.
Identifiquemos então os dois factores objectivos e subjectivos determinantes na análise desta equação:
Relativamente ao primeiro, está claro que o governo, no seu segundo mandato, tem acumulado provas evidentes, insuperáveis, diria mesmo reveladoras do carácter imutável do liberalismo que se alojou no seio do partido que o sustenta. Outro factor é que, na aplicação das suas polÃticas, o governo divorciou-se inexoravelmente do movimento popular e prejudicou as condições de vida materiais (e espirituais diria mesmo apesar de não ser dado a esoterismos) dos portugueses, entre os quais muitos dos que votaram nele.
Quanto aos segundos, há que perceber se as imensas provas dadas nos diferentes sectores laborais, de que há descontentamento e predisposição para a luta, serão suficientes para levar a Greve Geral a bom porto? Igualmente importante a ter em conta é perceber quem mais vence com esse sucesso? Concretamente, acelera ou não a queda deste governo, a convocação de eleições antecipadas, e o regresso do PSD e talvez até do PP ao poder?
Se não me falhou nenhum elemento importante na análise (diga se assim for) há que escolher entre derrubar este governo mais cedo com e “ajudar” a direita musculada a regressar ao poder, ou deixa-lo continuar a usar da mesma força que a direita quer usar com o seu músculo.
Não creio que haja pior “ilusão”, e consequentemente “desmobilização” do que a tese do mal menor, do a doer mas devagar, do antes mal que pior. Isto sim leva as pessoas para casa e para o telenovela, porque já nem para o centro comercial têm dinheiro.
Derrubar este governo pode trazer, temporariamente, outro igual ou pior, mas ficaremos sempre mais perto de um dia ver esse governo a cair na rua.
Não será que é a partir daqui que verdadeiramente discordamos?
Respondo em curto a um texto legitimamente longo: o seu problema é que constrói toda uma argumentação a partir de uma premissa extrordinariamente incerta que é a de que uma greve geral deve assumir como objectivo nuclear ne central o derrube do governo quando o Renato não pode deixar de saber que, embora desejavelmente enfraquecido e preferentemente obrigado a anular politicas e medidas mais gravosas, possa acabar por sobreviver a uma greve geral.
Dito de outra forma, para o Renato greve geral é quase igual a derrube do governo. A partir daÃ, é-lhe fácil criar a ideia de que quem tiver porventura dúvidas sob as condições reunidas para uma greve geral então é por não quer que este governo caia ou porque teme que venha um pior.
Renato, infelizmente, à esquerda nem sequer estamos em condições, por ora, de decidir se queremos isto ou aquilo: estamos sim num dÃficil processo de combate de luta para resistir, para travar golpes da polÃtica de direita, para enfraquecer o governo, para acumular forças e despertar consciências, para que o medo do presente e a insegurança no futuro não se transforme em apatia, resignação ou revolta calada, para prosseguir um combate por uma alternativa de esquerda que tem de continuar, mesmo que não lhe vejamos o nariz já ao virar da esquina.
As Greves Gerais, como no plano parlamentar as moções de censura, são ferramentas de luta usadas num ponto de ebulição social em que já nada funciona. Nem mesmo no formalismo sindical ou na rotina parlamentar. Os ministérios já não negoceiam, o governo já não cede, o parlamento tem um governo que nem sequer foi eleito (Sócrates+Passos Coelho), e a polÃtica já não se muda – influencia. Quanto todas as outras vias se esgotam não é justa a acusação de esquerdismo, nem debater esta proposta à luz desse estigma já quase secular.
Não passaram 15 dias da coroação. Passou mandato e meio.
O nariz está no meio da avenida há demasiado tempo a gritar e nos gabinetes a negociar. Não me deu ainda um factor objectivo (mesmo que não o derrube do governo) para esta não ser uma saÃda possÃvel para o protesto de 29 de Maio.
À boleia desta conversa, e metendo uma cunha por vários leitores aqui da tasca, porque é que não se pondera uma greve ou manifestação conjunta (como as que se organizaram contra a guerra), em vários paÃses da Europa?
O sr Teixeira debate com um ilustre partidário do partido comunista a metodologia para fazer cair um governo rigorosamente igual a quase todos os governos que governaram Portugal: sem respeito pelos desfavorecidos, sem enfrentar as elites que de TUDO se apoderam (paisagens urbanas e rurais, meios de comunicacao, cuidados de educacao e de saúde, comida de qualidade), sem alternativa às estratégias neo-liberais dos grandes industriais que formatam o nosso quotidiano, nele instaurando o individualismo e, muito pior, a indolência perante toda e qualquer catástrofe.
Muito bem; trata-se de um debate útil. Mas o leitor espera sempre um pouco mais, de gente que afinal critica o sistema: onde está a discussao sobre as polÃticas concretas que deveriam constar nos programas de um novo ‘governo’ revolucionário.
O que querem afinal o blogger Renato Teixeira e o comunista Vitor Dias? Será que, à luz desse novo e interessante debate que tarda em iniciar-se, a lua-de-mel entre ambos seguiria?
Nota breve – Vivi 3 anos na ex-Berlim oriental: os meus filhos frequentaram aà o jardim de infância, a minha mulher cresceu na Alemanha socialista, os meus sogros nao conheceram praticamente outro sistema. Constatei, e constato, de perto e em profundidade, o que representou para a construção da subjectividade humana o projecto socialista: aniquilação do ‘tempo’ enquanto vector primordial da vida, dissolução de toda a espontaneidade humana, destruição da fantasia, da criatividade e do espÃrito crÃtico, crença acriticamente cega na governação. Fiquei muito assustado! (Não ouvi, não li: apenas vi; como procuro sempre fazer, sem qualquer mediação)
(de alguém que vive actualmente numa freguesia governada, sem pingo de crÃtica ou de imaginação, pelo pcp)
Boa Fé, ainda assim, e pelo que diz, preferiu passar boa parte da sua vida adulta em território comunista. Porque não opta pela Lapa? Ou pela Alemanha Ocidental?
Pingback: cinco dias » Gato escondido com rabo de fora?
CarÃssimo da boa-fé,
“…o que representou para a construção da subjectividade humana o projecto socialista: aniquilação do ‘tempo’ enquanto vector primordial da vida, dissolução de toda a espontaneidade humana, destruição da fantasia, da criatividade e do espÃrito crÃtico, crença acriticamente cega na governação.” brilhante, meu caro.
Um lugar melhor do que o capitalismo selvagem e irracional nao tem por força que ser um bom lugar, nem um lugar pelo qual deverÃamos lutar. Mas passemos ao debate que urge:
O que faria com o poder nas maos, tendo em conta as circunstâncias do mundo em que vivemos ?
Ui Boa Fé… isso terá que ser conversa depois do horário laboral. Até lá, podemos começar por aqui: http://www.youtube.com/watch?v=KpFEn24TyuA
Depois de nos pormos de acordo sobre isto: http://www.youtube.com/watch?v=hBuNrlM5N8w&feature=related, e por aqui: http://www.youtube.com/watch?v=RT_QbZaFlUQ, está claro.