«Um vintém é um vintém, um cretino é um cretino».
Não pode deixar de comover a classe com que Manuel Machado subsume a vã filosofia do sucesso quantificável a um juízo desabridamente moralista. Que o dito tenha surgidona última pergunta da flash interview é um dado a ser considerado na estilística do insulto em apreço. Convenhamos, provavelmente Jorge Jesus não merecia e pouco se lhe terá dado — depois de mais uma goelada. Mas que se lixe, não é todos os dias que vemos uma personagem de Shakespeare descer do túnel. Num momento histórico em que as goleadas tendem a tornar-se banais, a emoção do espectáculo depende como nunca de insultos de rara beleza.
Manuel machado estava era tão bem calado.
Depreendo então que Manuel Machado devia aguentar, calado e submisso, as provocações do treinador do Benfica ao longe de todo o jogo?
Quanto a Jorge Jesus, o Mourinho dos pobres, nunca um ditado se aplicou tão bem como a ele: um burro coberto de ouro será sempre um burro.
Ao Contrário, Ricardo. No seu fino insulto, Manuel Machado esteve coberto de classe.
Este Machado quer cortar a raiz ao pensamento. Caríssimos Ricardo e Bruno, não invocai o nome Dele em vão.
Tiago, com tanta divinização do homem o tempo pede blasfémia e heresia. Manual Machado será lembrado como corajoso iconoclasta.
É reconfortante ver o meu consócio Jorge Jesus ser idolatrado desta forma pelos de Carnide.
Antes que me esqueça: somos ambos Sportinguistas.
O gesto de Jorge Jesus foi insultuoso e vindo do homem que já referiu que o fair-play é uma treta acrescentar mais palavras serve qual propósito? Profissionalmente é comprovadamente muito bom, como homem é um merdas!