A experiência, horas a fio, da SIC NotÃcias (ou qualquer outro canal de notÃcias no cabo, acho eu) é como a do amor em Miguel Esteves Cardoso: é f. Esta tarde, num quarto de hospital, fui espectador atento e obrigado de um maremoto nas Samoa e de um terramoto na Indonésia, com actualizações à s meias horas: foi uma chumbada tétrica, mas, ainda assim, uma chumbada. Pormenor que acresce: o terramoto tinha ocorrido na ilha de Sumatra, mas a SIC-N, todo o dia, de meia em meia-hora, referiu-a como sendo a ilha de Samatra – a ponto de eu ter estado quase a telefonar para Carnaxide, para resagatar a honra de uns bravos sumatrenses a quem chamavam agora de samatrenses (eu percebo particularmente o problema: volta e meia recebo cartas dirigidas a António Figueiras e faço como o meu pai fazia, umas poucas vezes devolvo-as, as mais acendo os charutos com elas, mesmo que haja cheques lá dentro e eu não fume charutos). Mas em boa hora não o fiz desta vez (outra vez, a falta de pachorra venceu os bons princÃpios, o que explica a razão por que o MEP não elegeu nenhum deputado), e isto porque, ao sair da área de influência da SIC (o quarto de hospital), acendi a rádio (no carro) e logo ouvi a TSF a desinformar sobre… “o sismo em Samatra”! Ficou pois provada a existência uma central de desinformação dos media portugueses, diga o que disser Augusto Santos Silva, que cria raÃzes na proverbial ignorância dos nossos jornaleiros (que não é só geográfica, longe disso: a Fernanda Câncio não pretendeu há pouco tempo comparar o maltratado José Sócrates ao Dreyfus do caso com o mesmo nome?) – e que suscita duas respostas possÃveis: escrever cartas ao Director, posts em blogs e outras formas cidadãs de indignação, ou consumir jornais na net, preferencialmente jornais estrangeiros, e ler blogs bem informados (tipo 5dias): pró-activo como eu sou, podem desde já imaginar-me a escrever inteligentes e oportunas cartas a João Marcelino (na óbvia expectativa da sua publicação).
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A maioria desses gajos, bateram todos na esterqueira.
João Marcelino, simpático como é, não irá dizer que não.
Por falar em João Marcelino, não esquecer que o mesmo , em Julho de 2004, se indignou contra a falta de ética e atentados à deontologia jornalÃstica…e agora, foi o que se viu… telhados de vidro…
Também reparei nisso. O Pedro Mourinho conseguiu dizer Samatra, ler Sumatra para imediatamente asseguir voltar a dizer Samatra.
É o fim da picada.
Grande forma!
vejam isto, a não perder: Freud, The Century of the Self…(polÃticos, não percam este doc!!!) 🙂 um dos melhores docs que eu já vi….
Part I
http://www.documentary-film.net/…now.php?& ref=70
——–
Part II
http://www.documentary-film.net/…now.php?& ref=71
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Part III
http://www.documentary-film.net/…now.php?& ref=72
——
Part IV
http://www.documentary-film.net/…now.php?& ref=73
Sou jornalista e também me indigno com a falta de cultura geográfica de muitos dos meus colegas. Na mesma SIC, ouvi há poucas semanas falarem da Sérvia e da Bósnia como “paÃses bálticos”. Esta semana, a Lusa ainda não tinha percebido que a Checoslováquia acabou. Atlanta foi promovida a “estado norte-americano”. Volta e meia, baralha-se Eslovénia e Eslováquia, a LÃbia e o LÃbano. Ontem foi uma confusão tremenda entre Samoa, Samoa Americana e umas tais “Samoas” (ninguém percebia quantos paÃses eram). E não é só o problema do mapa-mundo. Com os concelhos e distritos portugueses é a mesma confusão, diariamente.
Caro António Figueira. O senhor está absolutamente errado, o correcto é Samatra. Fomos nós, os portugueses, que trouxemos para Ocidente o nome Samatra. Os ingleses soletraram-na à sua maneira e colocaram o “u” para soar o nosso “a” (em inglês, obviamente, pronuncia-se “samatra”). Nós, pacóvios, agora copiamos a grafia inglesa e colocamos o “u” para soar “u” e alterar a pronúncia correcta.
O mesmo aconteceu com “Malucas”, que fomos nós que baptizámos e os ingleses adaptaram para “Molucas”. Enfim. Provincianismos.
Caro Mário Azevedo:
Convivo há quase meio-século com a história de Portugal, aprendi em pequenino a dizer Sumatra, em todos os livros que tenho se escreve Sumatra, e quem que tenha tido a reacção patriótica de passar a escrever Samatra, fê-lo sem minha autorização e nem sequer me deu conta disso, pelo que não reconheço efeitos à sua obra.
Cumps., AF
PS Espero que não proponha também que passemos a escrever Malucas; é que existe um movimento separatista, nas Molucas do Sul, cujos habitantes poderiam rapidamente confundir-se connosco.
Posso? A forma correcta é… ambas. Aliás, já em 2004, aquando da catástrofe do tsunami e dos seus efeitos no Aceh (ou Achém) se falou do mesmo. “Sumatra” é a forma local, em bahasa. Em português é Samatra. Do mesmo modo que se diz Beijing ou Pequim, London ou Londres e por aà fora, e ninguém pode dizer que uma delas está errada. Quanto à s “Molucas”, o caso é diferente. A forma local é Maluku. No português do século XVI é “Maluco” (ilhas de ou do). Neste caso sim, há uma clara contaminação inglesa e francesa. Os primeiros adoptaram a forma “Moluccas” e os segundos, “Moluques”. E os portugueses (como os castelhanos) foram atrás.
Caro António Figueira,
Todos nós temos deficiências desde pequeninos e vamos sempre a tempo de as corrigir. Não é uma por questão patriótica que se deve dizer “Malucas”, mas porque foi assim que as ilhas foram baptizadas.
Aceito o que o paulo Pinto diz, sobre ambas as formas estarem correctas. Mas a forma portuguesa mais correcta é Samatra. Pode o autor do post alegar que convive há muito tempo com Sumatra. Mas eu vivo no mesmo paÃs que ele (presumindo que seja Portugal) e fiz-me gente a ler e a pronunciar Samatra. E não é patriotismo bacoco alegar que fomos nós, portugueses, quem primeiro trouxe para a Europa (e as suas lÃnguas) o nome desta ilha, assim pronunciado. É apenas dar o seu a seu dono. Se se pronuncia Samatra, por que raio não se há-de escrever Samatra?
A capital do sultanato de Omã pronuncia-se, em árabe, “Mascat”. Desde sempre nós, portugueses, a grafámos “Mascate”. Mas os ingleses grafam “Muscat”, para manterem a fonética original. E não é por isso que vamos ler o “u” à portuguesa, o que faria o nome da cidade paracer o de um vinho generoso francês.
JPB,
V. tem a ventura de ser um jovem: fora um bocadinho mais crescido e teria aprendido a sua geografiazinha no Atlas do João Soares (Sumatra) ou nos compêndios do Evaristo Vieira (Sumatra); se as Ãndias Orientais lhe interessassem mais pelo lado histórico, teria ainda à disposição “para se fazer gente” a Espinosa e a Mª LuÃsa Guerra (Sumatra também). Salvo um anito, na puberdade, vivi em Portugal ininterruptamente até aos meus 24 anos: a Sumatra reinava então indisputada, para não dizer sozinha; mas V. agora diz-me que não e eu aceito, claro, deve ser da idade.
Cumps., AF
http://5dias.net/2009/09/20/avos-dos-cidadaes
Isto não tem a ver com ignorância geográfica, tem a ver com arrogância do blogger. Se se pode designar a ilha das duas maneiras, Samatra ou Sumatra, porquê o arrazoado? Afinal os jornalistas da SIC e da TSF não são assim tão ignorantes…
Aprendi a “minha geografiazinha” em muitos livros e com muitas pessoas, não sei se tantas, se mais do que você. Em qualquer caso, as suficientes para saber que Samatra é uma forma correcta (quanto a mim, a mais correcta) de grafar e pronunciar o nome da ilha. Por mais Atlas que desdobre perante o meu nariz, eu arranjo-lhe outros tantos documentos a que poderei fazer o mesmo diante do seu.
Quanto à minha idade, é evidente pelas suas palavras que você não me conhece, e não sabe qual é. De modo que as suas considerações sobre ela não têm qualquer fundamento – o que me faz logo pôr de sobreaviso quanto ao fundamento de outras coisas que diz.
Claro que os jornas da sic e da tsf são bastante ignorantes…
Pesporrencia em crescendo…mais um bocado e já nem a gravidade o segura!
José Mário Ãvila:
Arrogante, eu? Que injustiça.
JPB:
Agradeço-lhe que quando se dirigir a mim use a fórmula V. (ou V.Exa, se preferir), você por extenso é na estrebaria. Claro que não sei a sua idade, por que carga de água haveria eu de sabê-la?! Apenas disse, e repito, que tivesse V. a minha, e não encontraria – nem encontra – nenhuma referência à ilha de Sumatra que não seja assim mesmo, com u; logo V., se aprendeu na escola Sumatra com A, ou é do século XVI, ou é um miúdo. E por mim estamos conversados.
Cumps., AF
Não, AF, V. Exª não disse isso que diz ter dito, como se pode bem comprovar pelo que escreveu.
Encontro sim, referências a Samatra com a – desde os humildes Salgari das Edições Romano Torres até graves compêndios que lamento não só não ter à mão como não ter nem o tempo, nem a pachorra, nem talvez a possibilidade de os encontrar. Mas, como V. Exª mesmo reconhece, era assim que se escrevia no século XVI.
Portanto, o que digo vale apenas o que vale a modesta palavra de um moço de estrebaria pouco preocupado com as fórmulas sociais que tanto o apoquentam a ponto de perder a compostura.
JPB,
Às 3:43 da manhã, diz V. que encontra referências a Samatra nos livrinhos do Sandokan e em graves compêndios… que afinal não consegue encontrar. Deve ser da hora: mais uns séculos de esforços e um dia talvez consiga. Ficou com o prémio de consolação: eu terei reconhecido que no século XVI não havia u (talvez não, so what?, isso não muda puto aquilo que eu disse desde o princÃpio: há 50 anos escrevia-se generalizadamente Sumatra e se depois passou a escrever-se com a, por razões de patriotismo, purismo filológico ou outras, isso terá sido uma operação de cosmética da lÃngua que eu não conheço nem quero conhecer – ou V. acha que eu deixo um guru qualquer das “Ciberdúvidas” mandar no meu português?!). Portanto, o que diz de pouco vale, tem razão.
Ficamos então assim, até porque tudo o que lhe digo é da hora, é da idade, é do que mais lhe convier. Agora vou lanchar, que a vida, mesmo para um moço de estrebaria – há-de V. Exª convir – não é só tratar de bestas e cavalgaduras
JPB,
Considere-se então dispensado.
Cumps., AF
e eu achar que ia tudo bater na cena da Câncio e eis que meia dúzia de peralvilhos (com o apogeu em Sandokan, Cristo!) debate-se num arengado sobre Sumatra (certo) ou Samatra (errado). AF, V.Exa – e aqui se vê que não há estrebaria de permeio – tem carradas de razão, mas o Dreyfus e o j’accuse (who the hell is jack hughes?) abusivamente colados a Sócrates (ou será Sácrates?), é de espantar qualquer um. Nem Sócrates é Dreyfus (pelos motivos óbvios de um não ser inocente e outro sê-lo; sim, por esta ordem), nem, muito menos, Câncio é Zola (!!!). É de um ridÃculo e de uma falta de noção que enoja. Pronto.
AF:
Agora a sério, e para terminar – o que me tinha a divertir com isto já me diverti.
Saber se é com A ou com U não é coisa que me rale muito. Eu aprendi com A há 50 anos, e li com A em muitos sÃtios, e acho que se é com A que se pronuncia, é com A que se deve escrever, como expliquei. Mas, como diz o Paulo Pinto, que percebe minimamente do assunto e com quem eu desde logo concordei, tanto faz.
O que acabou por estar aqui em causa não foi a grafia de uma palavra, mas a atitude de uma pessoa – você. Porque resolveu ser “espirituoso” e misturar no debate argumentos totalmente estranhos e irrelevantes, como a minha suposta idade, a hora a que escrevo ou a forma como me dirijo a si – quando eu, ao dar a minha opinião, em nada pretendi ser “engraçadinho” em relação a si, minimizá-lo ou ofendê-lo. Limitei-me a dizer que, vivendo no mesmo paÃs, li coisas diferentes – o que, abonando em favor do paÃs, não desabona em favor de ninguém. Lamento, portanto, que você se tenha sentido desabonado. isso é próprio dos inseguros, e não acredito que o seja tanto como pareceu.
E agora vou mesmo tratar das cavalgaduras. Com este defunto, já não gasto mais cera.
Cumprimentos. Gostei de cá voltar, hei-de vir mais vezes.
Errata:
A linhas tantas, onde se lê “não desabona em favor de ninguém” (o que evidentemente não faz qualquer sentido) deve ler-se “não abona em desfavor de ninguém”.
Enfim, são coisas de, na minha idade, escrever a desoras.
Avé!
JPB,
Se V. ainda aqui volta mais alguma vez, por causa da história do a e do u, eu mudo o tÃtulo do post para Que se lixe Sumatra! (para não dizer pior). Vá lanchar, homem, que está na hora.
Eu não ia voltar, já me tinha despedido. Mas não resisto a vê-lo cumprir o prometido.