Há bocadinho ouvi Manuela Ferreira Leite responder a uma pergunta de uma jornalista dizendo que a pergunta que ela acabara de fazer era “insultuosa”. A pergunta tinha a ver com a possibilidade de haver falsos candidatos na lista do PSD ao Parlamento Europeu (candidatos que, sendo eleitos, depois renunciarão para dar lugar a outros, de acordo com combinações prévias). A pergunta era legitima (o PS acusou o PSD disso mesmo, com base em declarações atribuidas a Guilherme Silva, do PSD).
A resposta foi, como se vê, igualzinha às que José Sócrates tem dado sobre o caso Freeport. Ataca-se o mensageiro, quando a mensagem chateia.
Escolher entre José Sócrates e Manuela Ferreira Leite é escolher entre a peste e a cólera. Por mim, não escolho.
[Post também publicado no Glória Fácil]
Concordo redondamente. Estamos perante um puro exercÃcio de idiotice, que serve mal a polÃtica e a informação. A baixa qualidade da polÃtica pega-se ao jornalismo?
Poie é, não percebo como é que por aqui muitos acordaram um tanto socratistas, ou mais do que um tanto, caramba. josé Sócrates processar um jornal ou jornalista, não tem nada a ver com um jornalista processar um ministro ou primero qualquer coisa. O jornalista tem obrigação de escrutinar o poder. DaÃ, o poder processa o escrutinador. RidÃculo e criminoso. Depois, o poder ridiculariza o escrutinador e crÃtico (ainda por cima depois de ter sido processado) fazendo passar para a opinião pública que o jornalista – que é indispensável – está a mando de fantasmas e não tem credibilidade. O escrutinador processa justamente o poder e, por isso, equivale-se ao poder??
Bonito raciocÃnio. Dreyfus foi condenado por um poder anti-semita e, na opinião deste post, não pode reaver a sua reputação. Se processasse o estado ou o ministério, era ao anti-semitismo que se Dreyfus se equivaleria. Gosto do raciocÃnio, sim senhor.