Imaginemos que o Partido dito Socialista, que reunirá o seu conclave (para nada) este fim-de-semana, é um partido social-democrata. Imaginemos isso com esforço, se bem que esforço algum nos pode fazer crer nessa total mistificação. O PS não é um partido social-democrata, o PS é um partido de direita, claramente da direita social-liberal. O PS não tem nenhum projecto coerente de destribuição de riqueza e de justiça social. É uma organização casuística de distribuição de empregos excepcionais e de ocupação do Estado. É casuístico; casuístico, porque vocifera na oposição (quando apenas quer regressar ao “governo”, onde não sabe não estar) posições que no governo de imediato trai – veja-se a ultrapassagem pela direita do Código do Trabalho Bagão Félix, veja-se a performance geral do dito Partido Socialista nesse tempo de oposição e, depois, no governo. Mais papista que o Papa, na oposição e no governo. Não tem nenhuma estratégia de assistência social aos mais fracos e populações do interior, quer na saúde ou na educação, ZERO!! Tudo é casuístico, e de acordo com o calendário eleitoral. A conduta errática do PS com o Banco Privado (primeiro cobre, depois não cobre as “grandes fortunas”) diz quse tudo. O facto de nacionalizar o que dava prejuízo no BPN (e não a SLN) também diz o resto. O PS não é um partido social-democrata, é um partido liberal, travestido de social qualquer coisa: vamos, por isso, chamar-lhe social-liberal. Por outro lado, se fosse social-democrata (se fosse!!), seria suposto ter uma ala esquerda, pronta para um combate político ou eleitoral aproximável de posturas socialistas. Mas acontece que aquilo que aprendi com Estaline foi que não há ala esquerda social-democrata (há social-democracia e pronto)- que a social-democracia apenas serve para perpetuar a economia liberal e iludir o mundo do trabalho com laivos reformistas. Portanto, se há ala esquerda no PS ela que se assuma e saia da obscuridade, que abandone por exemplo esse lugar que nem social-democrata é e nunca foi. Tudo o que está dentro do PS é social-liberal. Se há esquerda no PS, ela que se mostre, e mostre o que é capaz de fazer pela esquerda portuguesa (PCP e BE). Retomo uma minha citação de Estaline de um comentário de ontém (para a ana cristina leonardo):
«A luta contra a social-democracia é uma das tarefas fundamentais da Internacional Comunista. Mas não chega. Para que a luta contra a social-democracia prossiga com sucesso, é necessário sublinhar a luta contra a ala dita de “esquerda” da social-democracia, contra esta mesma ala “esquerda” que, jogando com frases de “esquerda” e enganando habilmente o mundo do trabalho, trava o abandono da social-democracia por este último».
Ora bem, isto tem ou não uma grande actualidade?
E repito a pergunta desse meu comentário: porque será que dá jeito que certas figuras não abandonem o Partido Socialista?
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