Num post anterior, sobre o Serious Fraud Office, quis sublinhar muito vincadamente uma coisa: J. Sócrates, primeiro-ministro da República portuguesa diz-se vÃtima de uma «campanha negra», de boataria anónima e de uma serie de insÃdias sem nome a que vai resistir. Cito-o e nada mais.
Mas, como eu dizia no post abaixo, essa boataria não é anónima, e essa «campanha negra», resulte no que resultar (e eu tenho uma esperança, mas não digo), tem dois rostos: não é a imprensa nem a «rua», mas sim a Procuradoria-Geral portuguesa, por um lado, e o Serious Fraud Office do governo inglês, por outro lado.
ANÓNIMA NÃO É!
A primeira questão é pois esta: se sabemos os rostos de quem desencadeou os dados com que nos vamos debatendo, poderá J. Sócrates referir-se à Procuradoria e ao Serious Fraud Office como boateiros anónimos, insidiosos e «negros»? J. Sócrates foi mandatado para ajuizar e classificar estas instituições?
Numa segunda questão, ouvi há pouco Cavaco Silva dizer que o Caso Freeport era assunto de Estado. E não percebi: vejo-o como assunto de investigação, polÃcia e tribunal. Algum constitucionalista, ou especialista nestas questões, me pode explicar porque é que o Caso Freeport é assunto de Estado?
Tenho estado atendo ao comportamento do Presidente Cavaco silva.
E no final do seu mandato posso fazer referência às palavras que mais vezes se repetiram.
“Aaaaaaaaaaaaaaaâ€, e também “isso são assuntos de estado do qual não me quero pronunciarâ€, e também “é preciso neste momento que os portugueses fiquem unidos nesta criseâ€
Bla bla bla…. Mas não dizes nada de novo nem de concreto
Poderá tornar-se um ASSUNTO DE ESTADO mas só a partir do momento em que a investigação considere JS arguido. Será que CS quis dizer que já considera o PM nessa categoria?
Carlos, julgo que a expressão pode ser um aviso ao engº técnico, para que não abuse de expressões “negras” e trate as coisas com um bocadinho mais de elevação, se lhe for possÃvel…
Se o caso Freeport afectar de tal modo a capacidade de manobra polÃtica do primeiro-ministro e o levar a pedir a demissão, é um assunto de estado.
“(e eu tenho uma esperança, mas não digo)” tirando o não… sempre acalentei ter como Primeiro Ministro Um homem brilhante – (o Augusto Santos Silva, para quem não tenha reparado y etc – … Mas, ò CV é assim mto difÃcil captar a evidência do Assunto de Estado?
Y não foi cassete-cavaco a expressão. Aliás, mais contente que tu, já o povo percebeu que o cavaco está Hilariante ( coisa que lhe fica mal partilhar connosco. Tá a ver: é como se o gajo colocasse um vÃdeo no youtube para a gente ver os amansos que ele dá à sua Maria. A gente n precisa de partilhar tanta intimidade com o PR, né? Não é higiénico! Né?! Tal comon é higienicamente polÃtico assistir à fezada do homem que deve ter uma mais inconfessável que a tua… 😉
Miúdo … deixo as lÃnguadelas técnicas para os constitucionalistas … mas há coisas quea gente apreende, mesmo sem ter que andar a nadar nas vÃrgulas da constituição …
O meu colega Francisco Santos expressa aqui uma argumentação abusiva de J Sócrates que já aqui me fez escrever cerca de 3 posts (se não estou em erro): a vitimização ou dramatização com a expressão «capanha negra» e anónima.
Fernado Torres, por seu lado, refere a única razão para já plausÃvel para isto poder ser considerado «assunto de Estado».
Gil Heron resume bem o trabalho de Cavaco Silva nestes anos.
Francisco Santos
Não ouviste o Augusto Santos Silvanão te apercebeste que ” Campanha Negra” é uma expressão Técnica da Literatura destes episódios … eh he hehe quanto uito podemos acusar o ocras de megalomania ( não mitomania como diz o LRaÃnha da FCâncio …). Vale.
CV
Estás de Burras com’igo!??? Cura lá a birra … vá …
Hombre tomei uma posição de Estado, na medida possÃvel da minha parca cidadania …
Exactamente, caros Fernando Torres e Carlos Narciso. Mas o que é curioso é que Cavaco diga «é» e não, por exemplo «será» ou «não comento para já», que é aquilo que se costuma dizer nestas situações, acho eu.
aqueles sÃmbolos maçónicos estão trocados, ou não?
ISTO É RESULTADO DA CRISE FINANCEIRA E PARA FUGIR TAMBÉM AO ASSUNTO PRINCIPAL DO DIA A DIA…
TAMBÉM É RESULTADO DESTA VERGONHA NACIONAL E MESMO MUNDIAL, NEM NOS PAÃSES QUE SE DIZEM DO 3º MUNDO; O QUE ESTà ACONTECENDO NA BANCA PORTUGUESA!…
– VEJAM O EXEMPLO QUE O BCP ESTà A DAR AO PAÃS, EM QUE O BANCO DE PORTUGAL TAMBÉM TEM CULPA:
– CONTINUA A EXTORQUIR E A SAQUEAR DINHEIROS DAS CONTAS DAS VÃTIMAS (CLIENTES) SILENCIADAS E INDEFESAS, DANDO SEGUIMENTO PARA O BANCO DE PORTUGAL COMO SENDO DÃVIDA DE INCUMPRIMENTO (CRC) DO CLIENTE. ASSIM DESTA FORMA O CLIENTE FICA CADASTRADO NO BANCO DE PORTUGAL PARA TODA A SUA VIDA, NÃO PODENDO FAZER QUALQUER MOVIMENTO BANCÃRIO… ENQUANTO OS PRINCIPAIS RESPONSÃVEIS CONTINUAM INTOCÃVEIS E AINDA GOZAM…
bcpcrime.blogspot.com
Engº Técnico ou Primeiro Ministro? Assim é à “negra” 😉
Será que o PR exige mais elevação no Continente que na Madeira?
A elevação já veio também do ASS, que explicou que a negra vem da manipulação orquestrada das fugas da informação.
O PR soube bem defender-se da negra do BPN (a si, Ã famÃlia e ao MDL). Assunto de Estado!
Reparem que ele não disse assunto da Justiça. Assunto de Estado, que é muito mais do que um simples assunto da Justiça.
Carlos Vidal estás a confundir tudo. Quando tenho raiva tb fico como tu. Respira fundo. Os boateiros anónimos são estes:
“Em Janeiro de 2005, Armando Carneiro, presidente da administração da Euronoticias, proprietária da revista Tempo, junta na sua casa de Aroeira o inspector Torrão, o antigo chefe de gabinete de Santana Lopes Miguel Almeida, o advogado José Dias, que trabalhou no escritório de Rui Gomes da Silva, ex-ministro adjunto e ministro dos Assuntos Parlamentares do Governo de Santana Lopes, e o jornalista VÃtor Norinha. Segundo Torrão, todos eram seus informadores. Realizou-se, depois, outra reunião com a inspectora Carla Gomes, titular do processo.â€
O empresário Armando Jorge Carneiro revelou hoje em tribunal que, em 2005 e antes das legislativas, levou Miguel Almeida, ex-chefe de gabinete de Santana Lopes, a jantar com uma inspectora da PJ que acompanhava o “caso Freeport”.
O ex-presidente do Conselho de Administração da revista “Tempo” contou em tribunal que o primeiro contacto que teve com José Torrão (…) ocorreu, em Janeiro de 2005, na sua casa na Aroeira, tendo o ora arguido sido-lhe apresentado pelo advogado Bello Dias.
Questionado pelo juiz sobre o número de contactos que manteve com elementos da PJ de Setúbal em Janeiro e Fevereiro de 2005, incluindo encontros com a inspectora Carla Gomes e o inspector Peixoto, Armando Jorge Carneiro contabilizou seis, mas tentou negar que essas reuniões tivessem como motivação o “caso Freeport”.
Num dos encontros com a inspectora, num bar em Setúbal, o empresário admitiu que entregou já perto da meia-noite, a pedido desta, um exemplar daquele que seria a manchete, no dia seguinte, do semanário “O Independente”, sobre o “caso Freeport”, em que se falava de um mandado de busca e em que aparece na primeira página a fotografia de José Sócrates.
O empresário teve dificuldades em explicar porque razão decidiu levar Miguel Almeida, actual deputado do PSD e figura próxima de Santana Lopes (à data primeiro-ministro) a jantar, em Setúbal, com a inspectora da PJ, alegando que nessa dia estava muito cansado e pediu àquele seu amigo para conduzir.
No jantar, onde o ex-chefe de gabinete de Santana Lopes foi apresentado como “Miguel”, a testemunha revelou que a inspectora da PJ se mostrou “stressada” , “nervosa” e com receio de estar a ser alvo de vigilância ou perseguição, pois via carros suspeitos.
Miguel Almeida terá explicado que se fossem carros do SIS (Sistema de Informações e Segurança) estes teriam necessariamente matrÃcula registada na Direcção-Geral do Património.
A procuradora do Ministério Público quis saber se a testemunha tinha ligações a partidos polÃticos, ao que este disse que não, dizendo porém que na adolescência militou na Juventude Centrista (JC).
Quando aos polÃticos que conhece melhor pessoalmente, a testemunha indicou Pedro Pinto e Santana Lopes (PSD), bem como Paulo Portas (CDS/PP) e Manuel Monteiro, antigo lÃder da JC e do CDS/PP. Quanto a Miguel Almeida disse ser “visita de sua casa”.
Destes, assegurou que só trocou impressões sobre o “caso Freeport” com Miguel Almeida e que nunca acompanhou muito de perto o lado jornalÃstico das investigações, que estava a cargo de Victor Norinha e de outros membros da equipa redactorial da extinta revista “Tempo”.
No decurso da audiência e em resposta a uma pergunta do juiz, Armando Jorge Carneiro admitiu que, no decurso deste caso, estabeleceu contacto com um amigo que tinha no SIS, porque suspeitava que estava a ser vigiado por carros que pensava ser da PJ ou do próprio SIS, tendo anotado o número das matrÃculas.
Segundo disse, o amigo do SIS ter-lhe-á garantido que os carros “eram da Presidência do Conselho de Ministros” [era então Santana Lopes primeiro-ministro].
Ele sabe lá o que diz…
e aqui entra o poder soberano e o leviatã do hobbes.
Carlos Vidal, é “assunto de Estado” porque como referem os jornais,os faxes têm emissor e receptor, isto é, são conhecidos sem dúvida nenhuma e, no entanto, os mesmos jornais imputam a Sócrates um envolvimento que os faxes em lado nenhum, comprovam.Isto é um assunto de Estado porque estamos perante um crime de difamação na pessoa do PM! (pelo menos levando em conta os faxes)
Não almajecta, entra antes o estado de excepção de Carl Schmidt.
LuÃs Moreira, não se deixe influenciar por (pela) Émile Zola.
José Sócrates não é Dreyfus.
Zola dirigiu o seu J’accuse ao presidente da República Francesa. E assim definiu o lugar do intelectual. O intelectual é aquele que não tem medo de falar a verdade ao poder. Falar a verdade ao poder é um imperativo intelectual.
Só que, aqui, por acaso ou não, Sócrates, como disse, não é Dreyfus, Sócrates aqui é o Poder!
E Zola não perderia nem um segundo a defender o Poder!
Waiwan,
A sua cabala é empolgante, mas não tem qualquer relação com os dados novos, entretanto vindos a público recentemente.
Carlos Vidal, você acha mesmo que eu me deixo influenciar pela ?nunca a vi,não conheço nenhuma das pessoas que escreve na Jugular.Zero! Até já lhe disse que não tenho pena nenhuma do PS porque o PS já me fez o mesmo que estão agora a fazer ao PM. Zero!A questão, é que se você ler desapaixonadamente o que vem nos jornais, não há nada de concreto.Hoje inventaram a compra/venda da casa da mãe, como quem diz , está aqui a massa! Esqueceram-se foi de dizer que a compra foi feita dois anos antes.Fazem notÃcia de uma casa que vale +- 250 000 Euros como se fosse uma grande importância, e depois vai-se ver e a senhora recebe uma pensão de 3 000 Euros, o que mostra o nÃvel dos seus vencimentos durante a vida activa! Tudo esclarecido sem ser preciso sair aqui da cadeira. O Estado de Direito merece respeito!
não se fala mais nisso, vou continuar nos problemas fundamentais que se sucedem aos clássicos, direi mesmo mais, na velha querela dos antigos e dos modernos, ou seja no Hiéron de Xenofonte seguido do Tirania e Sagesse do kojéve por Léo Strauss.
Gosto mais de Cavaco quando diz que os novos pobres são o resultado da nova lei do divórcio. Fica mais coerente e a Maria feliz.
CV
Aqui o Poder é a Curviniência Clássica aos Ingleses. Y Isso tu estás singela ou ingénuamente a alimentar … ou será que ainda n te tocaste, tal o ódio que a simples criatura-portuguesa ( ainda que PM) te inspira. Logo, n te imagines Zola ou intelectual contra o poder porque estás em estado de alienação das dimensões concretas em jogo. Vá, pensa lá melhor …
http://www.dailymail.co.uk/news/article-1133106/Edward-Sophie-Portugals-PM–4m-corruption-row-giant-mall-built-British-firm.html
Quando se trata de retratar o sistema, as instituições são corruptas e ilegÃtimas.
Quando se trata de as usar como base de uma crÃtica polÃtica, as instituições são eticamente irrepreensÃveis e perfeitamente legÃtimas.
Eu não faço a mÃnima ideia se o PM é culpado de alguma ilegalidade. Há uma coisa que me perturba ainda mais do que este drama: os próprios cidadãos a corromper a integridade moral que invocam nas suas crÃticas. Como é que eu posso acreditar em malta que avalia as coisas assim?
Não, caro ezequiel, mal lido este post: o assunto principal não passa por aquilo que disseste. Vamos ser claros: o caso Freeport é um caso de justiça, de polÃcia, tribunais e investigação. Ponto final (creio eu).
O presidente da República não o considerou assim: afirmou-o «assunto de Estado». este post manifesta a minha incompreensão sobre este termo, «assunto de Estado». Continuo a não entender, apesar de poder especular sobre isso (mas especule eu o que especular, em torno das palavras de Cavaco, tal não passa disso mesmo: especulação – fica por resolver o essencial: porque é que o caso Freeport é «assunto de Estado»?). Apenas isto, ezequiel.
Sim, é evidente que é um caso de estado. Dos tribunais, da polÃcia etc.
Eu estava a criticar apenas as inconsistências. Achei interessante citares o estado, os tribunais e a polÃcia como entidades legitimas. Era só isto, Carlos. Nada mais. Eu não posso abordar o caso porque não sei nada acerca dele, como a maioria dos cidadãos julgo eu. Fico de bico calado (mas isto sou eu) porque confio nas instituições. Não confio cegamente ou absolutamente. Mas confio o máximo que posso e consigo…
Só isto. Mais nada. A crÃtica era dirigida a ti e não ao assunto per se.
Oh, bad girls.
And bad boys, Grande Alma. May be.