Para aqueles que justificam tudo. Para os que falam de operações militares com a lógica fria de todos os números. Para os habituais colaboracionistas do massacre. Fica aqui uma notícia do Público de hoje, para que possam ver a sua obra bem de frente. Façam o favor de não desviar os olhos.
“O médico palestiniano Ezzeldeen Abu al-Aish relatou, em directo na TV israelita, como a sua casa acabara de ser atacada e três das suas filhas mortas, pedindo auxílio ao jornalista que o ouvia.
Ezzeldeen Abu al-Aish era regularmente entrevistado pela TV israelita, contando o sofrimento dos palestinianos de Gaza como consequência da operação militar. Quando a sua casa foi atacada, telefonou para o jornalista do Canal 10 da TV israelita que o costumava entrevistar, relatando o que acabava de lhe acontecer e pedindo desesperadamente ajuda.
O próprio jornalista reconheceu em directo: “Ele conta que as suas filhas acabaram de morrer… desculpem… fiquei um pouco afectado”, enquanto segurava no telemóvel em alta voz, onde antes se tinha ouvido a voz desesperada do médico.
“Ninguém consegue chegar até nós… meu Deus, meu Deus”, repetia o médico, referindo-se às ambulâncias – duas outras filhas estavam feridas. “As minhas filhas, Shlomi”, disse, dirigindo-se ao jornalista israelita Shlomi Eldar, com quem falava ao telefone.
“Não pode alguém vir ajudar-nos, por favor?” O jornalista pergunta ao médico onde é a casa, e sai do estúdio, telemóvel na mão e câmara a segui-lo, para tentar que uma ambulância chegue à casa do médico. E o improvável acontece: o pivot consegue mesmo uma autorização para que uma ambulância palestiniana chegue à casa das vítimas, que são levadas para o posto de Erez, entre Gaza e Israel, e depois para hospitais israelitas – de novo, seguidas pelas câmaras atentas do Canal 10.
Ezzeldeen Abu al-Aish fala hebraico fluentemente – tinha sido ginecologista num hospital no Sul de Israel durante quatro anos, quando os palestinianos de Gaza ainda eram autorizados a sair da Faixa para trabalhar em Israel. Assim era regularmente ouvido pelo Canal 10, compensando a falta de jornalistas no terreno (excepto os que acompanham unidades militares).
“As minhas filhas estavam em casa a planear o futuro, a falar, e de repente estão a ser bombardeadas”, disse. “Quero saber por que foram mortas. Quem deu a ordem?”, dizia o médico.
“As minhas filhas, Shlomi… Não pode ninguém vir ajudar-nos, por favor?”, dizia o médico ao repórter israelita “.
novo cinco dias
acesso ao novo 5dias.net.- COLA O TEU CARTAZ, ACTIVISTA! 1. Imprime o cartaz. 2. Cola-o no local de trabalho, na escola, na mercearia, no café, na rua, onde te apetecer. 3. Fotografa-te, com os vizinhos, os amigos, o teu cão, junto do teu cartaz. 4. Envia-nos a foto para a página do Manifesto em Defesa da Cultura no Facebook e será publicada.
-
Comentários
- Raquel Varela em Bloco de Esquerda, os cães e as crianças
- Raquel Varela em O Cão de Hitler
- coronel tata em O Cão de Hitler
- Raquel Varela em O Cão de Hitler
Autores
- André Levy
- António Figueira
- António Mira
- António Paço
- bicyclemark
- Bruno Carvalho
- Bruno Peixe
- Carlos Guedes
- Carlos Vidal
- Cláudia Silva
- Eugénio Rosa
- o engenheiro
- Francisco Furtado
- Helena Borges
- João Labrincha
- Jorge Mateus
- José Borges Reis
- João Torgal
- João Valente de Aguiar
- Joana Manuel
- Manuel Gusmão
- Margarida Santos
- Miguel Carranca
- Morgada de V.
- Nuno Ramos de Almeida
- Paulo Granjo
- Paulo Jorge Vieira
- Pedro Ferreira
- Pedro Penilo
- Rafael Fortes
- Raquel Freire
- Raquel Varela
- Renato Teixeira
- Ricardo Santos Pinto
- Sérgio Vitorino
- Tiago Mota Saraiva
- zenuno
tags
15O 19M bloco de esquerda Blogues CGTP Constituição da República Portuguesa cultura democracia desemprego educação eleições Esquerda EUA Europa FMI greek riot greve geral grécia Guerra-ao-terrorismo humor i intifada mundial irão israel jornalismo liberdade Lisboa luta dos trabalhadores media música NATO new kid in the blog... Palestina parque escolar pcp Portugal presidenciais 2010 presidenciais 2011 PS psd repressão policial Revolução Magrebina Sócrates Vídeo youtubearquivo
- Julho 2013
- Janeiro 2013
- Dezembro 2012
- Novembro 2012
- Outubro 2012
- Setembro 2012
- Agosto 2012
- Julho 2012
- Junho 2012
- Maio 2012
- Abril 2012
- Março 2012
- Fevereiro 2012
- Janeiro 2012
- Dezembro 2011
- Novembro 2011
- Outubro 2011
- Setembro 2011
- Agosto 2011
- Julho 2011
- Junho 2011
- Maio 2011
- Abril 2011
- Março 2011
- Fevereiro 2011
- Janeiro 2011
- Dezembro 2010
- Novembro 2010
- Outubro 2010
- Setembro 2010
- Agosto 2010
- Julho 2010
- Junho 2010
- Maio 2010
- Abril 2010
- Março 2010
- Fevereiro 2010
- Janeiro 2010
- Dezembro 2009
- Novembro 2009
- Outubro 2009
- Setembro 2009
- Agosto 2009
- Julho 2009
- Junho 2009
- Maio 2009
- Abril 2009
- Março 2009
- Fevereiro 2009
- Janeiro 2009
- Dezembro 2008
- Novembro 2008
- Outubro 2008
- Setembro 2008
- Agosto 2008
- Julho 2008
- Junho 2008
- Maio 2008
- Abril 2008
- Março 2008
- Fevereiro 2008
- Janeiro 2008
- Dezembro 2007
- Novembro 2007
- Outubro 2007
- Setembro 2007
- Agosto 2007
- Julho 2007
- Junho 2007
- Maio 2007
- Abril 2007
- Março 2007
- Fevereiro 2007
- Janeiro 2007
- Dezembro 2006
- Novembro 2006
- Outubro 2006
- Setembro 2006
http://www.youtube.com/watch?v=OLUJ4fF2HN4
video do incidente com legendas em inglês
Thanks
Mesmo num mundo onde a vida perdeu todo o valor, não deixa de ser dramático. Imagino que não haverá dor maior, quer os filhos sejam caucasianos, amarelos, pretos, árabes, judeus ou outros. E quando me refiro á vida, falo da vida singular que merece idêntico respeito ião que é devido, quando se abordam vidas, no plural. Não é por ser assassinada uma pessoa e não muitas que o acto deixa de ser hediondo. E são tantas as vezes em que a morte individual ou de reduzido número é desprezada em benefício (?) do número e do impacto que o mesmo pode causar! Pergunto: com que moral?
Foi uma tragédia. Mas curiosamente nunca li nada sobre os israelitas, vítimas dos ataques dos palestinianos do Hamas, antes da actual invasão de Israel em Gaza. E começaram já há 8 anos, causando várias mortes e um permanente estado de terror, na população que habita em povoações que estão situadas num raio de acção dos rockets do Hamas. Porque será? Quero acreditar que não é dos que defende a extinção dos Judeus ou estarei errado?
MA,
Onde é que a chacina de inocentes é a melhor forma de responder à chacina de inocentes? Responderá “olho por olho”…? Quem será o mais cego?
Provavelmente o erro é meu. Talvez não tenha formulado correctamente a pergunta, daí uma resposta que não tem nada a ver com a pergunta. Mas vou tentar novamente: Os israelitas não são humanos?
É que sobre a morte de israelitas que ocorreram durante 8 anos em que o Hamas lançou rockets sobre Israel, nunca vi nenhuma referência no seu site. Porque será?
O erro é seu. Ninguém diz que os israelitas não são humanos, ninguém daqui não lamenta as mortes deles. Ao contrário de você que desvaloriza este assassinato concreto pq para si é justificável matar 2000 pessoas. Engraçado é que hoje se sabe que foi Israel que primeiro violou a tréguas matando meia duzia de militantes do Hamas. Como se nota, mesmo este argumento do fim da trégua e da retaliação aos rockets é fraudolento. Como é falsa, a suposta guerra só com objectivos militares. Os militares israelitas assassinaram esta família pq eles falavam à televisão e mostravam aquilo que determinadas pessoas não querem que se saiba: esta guerra não tem qualquer lógica é o simples terror pelo terror
Obrigado. As suas respostas são esclarecedoras . São, aliás, o traço que nos dá a sua imagem.
Meu caro MA,
Não tenho paciência para quem justifica assassinatos dizendo que houve outros. Um acto vale por si. Se lhe aparecer um de sinal contrário pode contar comigo para o condenar sem nenhum “mas”.
Numa altura que os mísseis e as bombas são comandadas ao centimetro não consigo justificar, do ponto de vista da pseudo-destruição dos perigosíssimos rocket do Hamas , o assassinato de três crianças. Coisa que você acha utilíssimo.