Do mesmo modo que atrás escrevi sobre Cy Twombly, escreveria sobre Gustav Leonhardt: tenho por Leonhardt uma admiração quase infinita. Nasceu em 1928 e este post não serve apenas para dizer que faz 80 anos no presente 2008. Também não vou analisar o seu legado, que ainda é músico activo, nem tecer considerações sobre as suas exigências na interpretação do reportório barroco, que partilho, humildemente. E sigo, como poderia seguir outros que em nada se precupam com interpretações de tipo filológico ou com “instrumentos de época” (mas o problema interpretativo de Leonhardt ou de Nikolaus Harnoncourt não é apenas o da “fidelidade” ou da “filologia”, é uma questão de entendimento formal muito amplo – sonoridade global, massa sonora, dinâmicas, são problemas interpretativos que vão além de “purismos” simples), sigo Leonhardt na sua redescoberta do barroco musical, que encetou nos anos 50, década prodigiosa para a “música antiga” (surge o Leonhardt Consort e o Concentus Musicus de Nikolaus Harnoncourt em Viena).
Digo apenas que Leonhardt, com Nikolaus Harnoncourt, gravaram a integral das cantatas de Bach, entre 1971 e 1990. Mas qual é o interesse deste post, se não é musicológico (isso não me peçam)?
Pretendo dar destaque a uma edição “jubileu” Leonhardt 80 anos da Sony Classical, a qual pelo preço não pode ser olvidada nem perdida. Para quem gosta do barroco, de Bach aos desconhecidos Froberger, Weckman e Böhm, e de Leonhardt, claro, não pode perder esta caixa :
Trata-se de um conjunto de 15 CDs que reeditam discos fulcrais do cravista e organista, com a mesma capa das edições originais, agrupados de forma representativa desta grande carreira (os discos na caixa estão numerados, mas não vou seguir essa numeração nem fornecer os dados completos – passo a uma apresentação muito sumária) :
1. Bach e C.P.E. Bach, Concertos para cravo, violinos e baixo contínuo, pelo Leonhardt Consort
2. Georg Böhm, obras para cravo
3. Rameau, Le Roux, Royer e Duphly, cravo
4. Bach, as Variações Goldberg (na leitura de 1978)
5 Domenico Scarlatti, cravo
6. Weckmann e Froberger, cravo
7. Louis Couperin, cravo
8. Bach, obras para orgão
9. Buxtehude, Weckmann, Bach e outros, orgão
10. Pachelbel, Kerll, Tarquinio Merulla, entre outros, orgão
11. Versalhes: Rameau, d’Anglebert, Forqueray, Leonhardt e os irmãos Kuijken
12. Corelli, por Leonhardt, Brüggen e Anner Bylsma
13. Teleman, música de câmara, Leonhardt e os Kuijken de novo
14. Bach, concertos com o Collegium Aureum
15. Bach, cantatas
Preciosa colectânea. Preço? Na amazon.fr, 21.98 Euros (!!)
Paralelamente, julgo que neste mesmo ano, a Teldec lançou uma “Leonhardt Edition” de 21 CDs a um preço muito superior – 97 Euros.
A recomendação é a primeira caixa, a da Sony claro.
Se alguém tiver as duas, já agora, eu gostaria de conhecer as suas diferenças (não tenho a da Teldec, como se depreende). Ou algo que justificasse esta discrepância de preços.
A da Teldec :
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