Ao ver que tenho cá em casa um miúdo de 15 anos que ainda se dedica a coleccionar “cromos†de futebolistas, veio-me à mente uma magna questão: e que coleccionarão os futebolistas? Não os imagino a colar com desvelo a efÃgie do tipo a quem partiram uma rótula no Domingo anterior; nem a pedir que lhe troquem dois repetidos por um com a tromba do gajo que os deixou no banco no último derby.
Ontem, ao ver o Paulo Bento a comentar o jogo da selecção, percebi tudo. O homem repetiu para aà uma seis vezes o advérbio “logicamenteâ€. E revelou-me quem sabe dessas coisas que hoje em dia tal palavra goza de enorme popularidade entre os artistas da bola. Fez-se-me luz: esta malta colecciona vocábulos novos. Trocam-nos entre si, quiçá por SMS ou via Hi5, ostentam-nos por umas semanas e depois toca de ir à caça de mais. Estou mesmo a ver a conversa: “Petit: tenho aqui uma porreira! Quaresma: Diz lá, pá, que eu dei-te a da semana passada! Petit: Interpluridisciplinaridade! Quaresma: ó pá; essa é do caraças. E existe mesmo? Petit: o Pepe garante que sim. Quaresma: vou guardá-la para os quartos-de-final. Vai tudo ficar de cara à banda!â€
Querem apostar que até ao fim do Euro ainda vamos ter comentadores do calibre de um Rui Santos a asseverar-nos que a interpluridisciplinaridade é a chave do sistema de treino do Filipão?
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LuÃs,
Isso e o esticar do potencial polissémico. Esta semana li que, segundo um antigo treinador do Ronaldo, o sucesso do miúdo se explicaria por uma combinação de talento, maturidade e POSITIVISMO. Compte terá ficado satisfeito e o João Galamba um pouco mais irritado.
Os futebolistas existem para jogar à bola, não para falarem.
E então aqueles que falam na 3ª pessoa!
estou aqui farta de me rir… eheh… não sei se consigo parar tão cedo… muito bom
Esses preconceitos… Ainda não ouvi de nenhum futebolista mimos como “há – dem”. Algum que ousassse seria talvez convidado a comentar polÃtica na SIC.
O saudoso Alves dos santos dizia: Aà está o Chalana a dar-lhe com o pé que tinha mais á mão! Pode ser uma anedota mas era a melhor descrição do que acontecia. E acerca do Simões:Aà está o piqueno grande jogador.O que descrevia exactamente a realidade.E o Nuno Braz:OblÃqua para a sua esquerda.Qual Arquitecto a descrever uma obra prima.
Quanto aos jogadores a maior de sempre,João Pinto: Quanto a prognósticos só no fim!
Uma delÃcia!
Coleccionam notas de dinheiro.Elementar,meu caro ‘Watson’.
A TMN quer convencer-nos que coleccionam MMS.
A maior contribuição que o futebol luso tem dado ao léxico português é a frequência de uso do verbo “cumprir”.
No futebolês legÃtimo, os jogadores cumprem contratos; cumprem os castigos; cumprem os pressupostos estabelecidos pelo treinador; cumprem calendário.
Mas a verdadeira inovação é quando eles cumprem um treino (de longe o melhor uso do verbo) ou cumprem uma centena de chamadas à seleção.
E o melhor elogio que um estreante pode ouvir da imprensa: “Cumpriu”.
há uns bons anos, um treinador atira esta – que eu ouvi – a dois jogadores lesionados que conversavam à entrada de um estádio dos arredores de Lisboa: “ó rapazes, estaindes como querendes, nem treinaindes nem jogaindes”. ‘interpluridisciplinaridade’? ‘losangos invertidos’ e ‘voltas de 360 graus’ para mudar tudo? advérbios? Nã, dantes sim, verbinhos e dos bons!